O lugar das mulheres no mercado formal de trabalho

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A participação das mulheres no conjunto dos empregos formais sempre foi restrita, permanecendo , entre 1985 e 1992, muito próxima de 1/3, apresentando-se crescente a partir de então, atingindo 41% em 2007. É importante realçar que o processo de enxugamento de postos de trabalho formalizados que se verificou com especial intensidade no anos 90, parece ter afetado em maior medida os homens do que as mulheres. No período 88/92, dados do Ministério do Trabalho indicavam uma variação negativa de 8,6% nos empregos masculinos e de apenas 0,3% nos femininos. Nos períodos subseqüentes, ocorreu uma retomada da formalização dos empregos para ambos os sexos e , particularmente para o feminino. Nos últimos 15 anos, entre 1992 e 2007 , as empresas informaram a abertura de 15 315 320 postos de trabalho, 7 949 867 masculinos e 7 365 453, femininos( TABELA 1).

Livro - Women & Work: Photographs and Personal Writings
Maureen R. Michelson & Michael R. Dressler
NewSage Press

A estrutura desses empregos, contudo , praticamente não se altera durante todo o período. Em outras palavras, a natureza do vínculo empregatício, a distribuição dos empregos pelos setores de atividade econômica e segundo o porte dos estabelecimentos demonstra uma regularidade que tem atravessado o período em análise :

  • a grande maioria dos empregos - tanto masculinos, como femininos - continuam sendo regidos pela CLT (79% deles e 67% delas em 2007);
  • Por outro lado, os empregos femininos no serviço público, em regime estatutário, duplicaram no período analisado, evidenciando a persistência da importância desse setor na absorção da força de trabalho feminina, particularmente nas áreas da educação e da saúde: se em 1985 16% dos empregos femininos eram contratados sob aquele regime, em 2007, eles atingem 30%. Neste mesmo ano, apenas 15% dos empregos masculinos eram na administração pública. Ressalvada essa diferença de gênero, deve-se notar que nesse longo período de tempo, também foi crescente importância do setor público na absorção dos homens ( apenas 8% em 1985).
  • A parcela de mulheres que conseguiu um emprego com contrato formal de trabalho em 2007, encontrou as principais chances de colocação, pela ordem, na Administração Pública ( 59% dos postos de trabalho do setor), nos Serviços,particularmente em Serviços médicos, odontológicos e veterinários (75%) e no Ensino (61%), no Comércio Varejista (42%), na Indústria (principalmente nos ramos Têxteis e do vestuário ( 61%), Calçados (50%), Elétrica, Eletrônica e de Comunicações ( 34%) e Alimentos e Bebidas( 30%). Por outro lado, é mais provável o engajamento masculino no mercado formal, na Agricultura ( 85% dos postos de trabalho formais),_ muito provavelmente em função do florescimento do agro-negócio e da disseminação da formalização dos vínculos de trabalho no campo _, nas Indústrias da Construção Civil (93%), Extrativa mineral ( 90%), Minerais não metálicos, Metalúrgica e Material de Transporte (88% cada), Serviços industriais de utilidade pública e Mecânica ( 84% cada ) e, além disso, no Comércio Atacadista, em que 72% dos empregos formais são masculinos ( TABELA 3);
  • a mão-de-obra feminina apresenta índices de emprego mais elevados que a masculina em grandes estabelecimentos :em 2007, 41% delas e 32% deles trabalhavam em empresas com mais de 500 empregados.