Em webinário da Jeduca, Bernardete Gatti (FCC) e Carlos Vargas (Orealc/Unesco) debateram a formação de professores no Brasil e na América Latina. Assista
|07/06/19
A Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação) realizou, na última quinta-feira (6/6), às 15h, o webinário “Cenários da formação do professor no Brasil e seus desafios”, baseado na pesquisa de mesmo nome, realizada pela FCC (Fundação Carlos Chagas) e pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), no âmbito da Cátedra Unesco sobre Profissionalização Docente.
Participaram da discussão Bernardete Gatti, pesquisadora aposentada da FCC e coordenadora da pesquisa (acesse o E-book), e Carlos Vargas, chefe da Unidade de Desenvolvimento Docente e responsável pelas áreas de Pesquisa, Educação Superior e Interculturalidade da Orealc (Oficina Regional de Educación para América Latina y el Caribe) da Unesco em Santiago, Chile. A mediação foi realizada por Marta Avancini, editora pública da Jeduca. Veja o vídeo abaixo.
Além de Bernardete Gatti, a pesquisa é assinada por Elba Siqueira de Sá Barretto, Marli Eliza Dalmazo Afonso de André e Patricia Cristina Albieri de Almeida.
A qualidade da formação docente é apontada por especialistas como um fator-chave para a melhoria da qualidade da educação básica no Brasil. Paralelamente, as metas 15 e 16 do PNE (Plano Nacional de Educação), que completa cinco anos neste mês, abordam o tema. A primeira trata da formação específica e da implementação de uma política nacional de formação. A segunda enfoca a formação em nível de pós-graduação de 50% dos professores da educação básica até 2024.
A pesquisa da FCC/Unesco analisa o cenário da formação docente no país entre 2001 e 2016. No que diz respeito às matrículas, aponta a intensificação da sua tendência de concentração no setor privado. As instituições particulares respondem por 55% das matrículas nos cursos de Licenciatura em 2001 e por 62%, em 2016. Já nos cursos de Pedagogia, no mesmo período, esse percentual passou de 67,6% para 81,4%.
Assim como as matrículas, o setor privado é responsável pela grande maioria das vagas – 1,9 milhão ou 89,4% do total –, mas também enfrenta altas taxas de ociosidade: a pesquisa mostra que somente 25% delas são ocupadas. No setor público, a ociosidade é menor e há mais concorrência pelos cursos de formação docente, mas ainda assim apenas 39% das vagas ofertadas são ocupadas.
A pesquisa também aborda o financiamento do ensino superior, o perfil dos estudantes de Licenciatura e dos formadores dos professores da educação básica.
A pesquisa “Cenários da formação do professor no Brasil e seus desafios” é o terceiro volume de uma série que compõe um amplo painel sobre a docência nas dimensões da formação, trabalho e profissionalização. Os dois volumes anteriores foram lançados em 2009 e em 2011.
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