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O Globo: Parceria que dá certo: união entre escola e família nos Anos Finais do Ensino Fundamental

 

|04/12/18

Por Cláudia Sintoni

Quanto mais as famílias se envolvem com a escola, melhores são os resultados educacionais. O que é praticamente consenso entre professores, gestores escolares, familiares e mesmo entre os estudantes, concretamente ainda é um caminho de desafios a serem enfrentados.

Durante os chamados Anos Iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) essa aproximação ocorre de forma mais natural. Todos concordam que crianças menores necessitam de acompanhamento próximo, porque ainda não conseguem se organizarem sozinhas.

Quando chegam ao 6º ano, no entanto, há uma sensação de que já têm mais autonomia para conduzir suas atividades sem tanta supervisão. A percepção generalizada é de que as famílias vão se afastando da escola conforme os filhos crescem. Porém, as mudanças inerentes a essa fase a torna uma das mais delicadas para as crianças. Nesse momento, fica para trás a referência da professora pedagoga polivalente e os alunos têm que tratar com vários e novos docentes. Tal realidade exige ainda mais autonomia e organização. Sem falar que tudo isso se dá no momento em que ocorrem mudanças físicas, psíquicas, emocionais e sociais, na passagem entre a infância e a adolescência.

A soma desses e outros fatores se reflete em problemas de desempenho, reprovação, abandono, evasão, e em meninos e meninas que começam a acumular histórias de fracasso escolar nos Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano). Os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2017 apontam que a taxa de reprovação e abandono do segundo ciclo (12,6% em média) é radicalmente superior à etapa anterior (5,8%). Além disso, de cada 100 estudantes, 26 estão com atraso escolar de dois ou mais anos.

Talvez a resposta passe por mudar a estratégia que tradicionalmente rege essa relação: criar uma trajetória pautada no sucesso e não no fracasso. Convidar a família a comparecer à escola pelo viés positivo e não apenas quando o aluno tem problemas. As crianças se alegram com a presença da família, os jovens ficam orgulhosos em mostrar suas produções e os pais se engajam mais quando se sentem seguros para participar.

Fato é que a parceria entre família e escola pode e deve ser acentuada e ser aperfeiçoada na medida em que o ciclo de aprendizagem avança. Para ajudá-los a entender e melhorar esse cenário, a produção de pesquisas aplicadas pode ser uma contribuição significativa. Um esforço nessa linha é o edital de pesquisas “Os Anos Finais do Ensino Fundamental: Adolescência, Qualidade e Equidade na Escola”, lançado pelo Itaú Social em parceria com a Fundação Carlos Chagas e que recebe inscrições até o dia 9 de dezembro. Os recursos destinam-se a projetos que unam pesquisadores, comunidades escolares e redes públicas, assim como organizações da sociedade civil (OSCs) e coletivos.

As escolas sozinhas não podem resolver todos os problemas. Portanto, é preciso trabalhar de forma intersetorial, articulando com outras instituições, uma vez que muitos fatores que interferem nessa relação estão fora do sistema escolar. A partir desse reconhecimento e do respeito ao papel de cada um, o compromisso com a melhor Educação para as crianças e jovens no nosso País deve ser compromisso de todos.

* Cláudia Sintoni é especialista em Mobilização Social do Itaú Social

Fonte: O Globo