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Impactos da pandemia de covid-19 na educação em São Paulo

A covid-19 demandou urgentes mudanças nos processos de ensino. Investigar os impactos dessas mudanças na atividade docente e as percepções de seus educadores a respeito das possíveis influências sobre a aprendizagem é ponto fundamental para compreender melhor esse momento histórico e embasar presentes e futuras ações educativas.

Autor- Edson Grandisoli – Instituto de Estudos Avançados, Universidade de São (IEA/USP), Programa Cidades Globais, Sorocaba-SP, Brasil, edsongrandisoli@gmail.com Silvio Marchini – Laboratório de Ecologia, Manejo e Conservação de Fauna Silvestre, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo (LEMaC/Esalq/USP), Piracicaba-SP, Brasil, silvio.marchini@usp.br,Em Pauta -07/10/2024 13:17:42

Data de publicação original: 22/05/2023

Cerca de 48 milhões de estudantes tiveram que deixar de frequentar as atividades presenciais nas 180 mil escolas de ensino básico no Brasil a partir de março de 2020, com apandemia de covid-19. Assim, a maior rede educacional do país, a rede estadual de São Paulo, teve que, rapidamente, adotar estratégias de ensino mediado por tecnologia. As mudanças trazidas por esse modelo impactaram educadores, estudantes, famílias e os processos de ensino e aprendizagem. 

Para compreender melhor esse momento histórico e subsidiar futuras ações e políticas públicas, a pesquisa “Educação, docência e a covid-19”, apresentada no artigoDocência e covid-19: percepções de educadores da rede paulista de ensino, ouviu cerca de 19 mil educadores, permitindo a construção de um amplo quadro sobre como esses profissionais e suas atividades foram afetadas, considerando indicadores afetivos, de saúde mental e pedagógicos. 

A pesquisa foi realizada por meio de um questionárioon-linecomposto por questões abertas e fechadas e revelou que cerca de 85% dos educadores têm a percepção de que os estudantes aprendem menos ou muito menos via educação mediada por tecnologia. O resultado pode ser considerado pouco intuitivo e merece atenção dos gestores públicos. Essa percepção sobre a aprendizagem não é reflexo, por exemplo, de diferenças de idade ou etapa de ensino entre os respondentes. 

Também é importante destacar que tal olhar pode não estar unicamente associado a questões relativas ao processo de ensino e aprendizagem em si. A desigualdade de acesso às aulas, o desinteresse dos estudantes, as dificuldades relacionadas à tecnologia e a insegurança sobre as mudanças são apenas alguns fatores que podem afetar na percepção de aprendizagem. 

O estudoPerda de aprendizagem na pandemia, realizado por Barros e colaboradores, estima que, no ensino remoto durante a pandemia, os estudantes aprenderam, em média, apenas 17% do conteúdo de matemática e 38% do de língua portuguesa, comprovando a percepção dos educadores. Vale destacar, ainda, que cerca de 80% dos educadores consideram que sua atuação como docente vai melhorar no pós-pandemia e que 68% consideram que essa melhora também ocorrerá na educação em sentido mais amplo, trazendo à tona um olhar otimista relacionado às lições aprendidas no processo.

Referências

Barros, R. P., Machado, L. M., Franco, S., Zanon, D., & Rocha, G. (2021).Perda de aprendizagem na pandemia. Instituto Unibanco.

Leia o artigo em:

https://publicacoes.fcc.org.br/eae/article/view/9351

Saiba mais:

Pesquisador da USP diz que professores têm grande vontade de se adaptar às mudanças (G1)Educação e pandemia: desafios e perspectivas (Jornal da USP) Os argumentos presentes nestepost são de responsabilidade dos autores e não necessariamente expressam as opiniões da Fundação Carlos Chagas.

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