Da sala de aula à transformação: iniciativa é premiada por inovar no estágio supervisionado em Geografia
Professora da Universidade Estadual de Goiás foi reconhecida pela 14ª edição do Prêmio Rubens Murillo Marques por projeto que ressignifica o estágio com uso da pesquisa-ação
Proporcionar aos estudantes do curso de Geografia da UEG (Universidade Estadual de Goiás) uma vivência de estágio sobre a prática docente foi o que levou Francilane Eulália de Souza a ser uma das premiadas da última edição do Prêmio Professor Rubens Murillo Marques, organizado pela Fundação Carlos Chagas.
A iniciativa, intituladaA pesquisa-ação no estágio supervisionado em Geografia na UEG campus Nordeste, surgiu diante de um cenário considerado pouco reflexivo e motivador pelos estudantes. A proposta inovadora apostou em uma abordagem investigativa e crítica, transformando o estágio em um espaço de reflexão e construção coletiva.
Desenvolvido na Licenciatura em Geografia, no campus da cidade de Formosa, o projeto teve como foco aproximar teoria e prática, formando professores capazes de pesquisar e, ao mesmo tempo, agir nas escolas onde estagiam. Cada investigação feita se tornaria uma oportunidade para transformar e dar novo sentido à prática docente.
Francilane estruturou a proposta a partir de quatro pilares: pesquisa no estágio; estágio por meio de projetos; perspectiva crítico-reflexiva, e pesquisa ação. A professora destaca como essa abordagem alterou a percepção dos alunos sobre o estágio: "Quando eu cheguei, o estágio era muito mecânico. Meu aluno passa a ser desafiado, não é mais para chegar à escola e pedir um conteúdo para aplicar. O aluno passa a resolver uma dificuldade de aprendizagem de forma planejada, a partir de um projeto de ensino".
Um trabalho coletivo
A consolidação do processo que teve início em 2015 não seria possível sem a participação engajada de professores e alunos das escolas que foram campo de estágio, além do comprometimento dos próprios estagiários.
Todos os envolvidos atuaram de forma ativa no processo de investigação e na implementação das ações, principalmente os professores da cada escola campo, pois eles não são considerados apenas sujeitos de estudo, mas copesquisadores. O diálogo constante tornou-se essencial, promovendo momentos de escuta, troca e sensibilidade — fundamentais para o fortalecimento da formação docente.
Francilane relata que muitos estudantes só percebem que de fato serão professores no componente curricular de estágio e que, no início, sentem-se inseguros, pois é a primeira vez fazendo uma pesquisa. Assim, a execução do projeto deve ser construída por meio da escuta das necessidades de alunos e professores, com planejamento cuidadoso, uso de metodologias inovadoras e avaliação contínua.
Ex-alunos da UEG que lecionam nas escolas de campo, embora tenham vivenciado um estágio tradicional, também demonstraram interesse pela nova proposta, reconhecendo seu potencial transformador.
O tempo dedicado pelos alunos estagiários, aliado ao suporte dos professores das escolas e à orientação dos supervisores de estágio, foi essencial para que os projetos desenvolvidos conseguissem concretizar seu impacto positivo na aprendizagem dos estudantes.
Saiba mais
Prêmio Professor Rubens Murillo Marques
Prestigiando e divulgando experiências formativas realizadas por professores dos cursos de Licenciaturas
Inscrições:7 de abril a 9 de junho de 2025
Informações:premiormm@fcc.org.br