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A Educação STEM para além de fronteiras

A Educação STEM para além de fronteiras

Graciele Oliveira

Publicado em:

18/07/2024 22:16:01

O tema foi discutido durante o Bett 2023 e contou com a presença da Fundação Carlos Chagas e British Council

Por Graciele Oliveira

No dia 11/05 aconteceu a mesaPanorama da Educação STEM no Brasil: trocas com Colômbia e Reino Unido sobre uso de dados para políticas públicasque teve a mediação de Ana Paula Gaspar, especialista em Tecnologias Educacionais, e as participações de Sandra Unbehaum, do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, Alessandra Moura e Julia Rubiano de La Cruz, ambas do British Council.  A mesa foi um espaço para se discutir a importância deum sistema de educação baseado em evidências e construído por meio de estratégias voltadas à educação STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) como forma de contribuir para a cidadania. Durante o evento, Alessandra, que é Gerente Sênior de Língua Inglesa e Educação Básica no British Council, apresentou algumas das ações da instituição e lembrou da importância do engajamento dos estudantes como forma de promover o interesse deles nessas áreas. [caption id="attachment_26474" align="aligncenter" width="2560"]Fotografia do palco do Bett Brasil em que estão presentes Alessandra Moura, Julia Rubiano de La Cruz, Sandra Umbehaum e Ana Paula Gaspar. No telão aparece o texto Panorama de Educação STEM no Brasil Panorama de Educação STEM no Brasil: na imagem, da esquerda para a direita, Alessandra Moura, Juliana Rubiano de La Cruz, Sandra Umbehaum e Ana Paula Gaspar.Crédito imagem: G.Oliveira[/caption]Entender o cenário do ensino de ciências no Brasil também é essencial nesse processo e contribui para a formulação de políticas públicas. Nesse contexto foi publicado o relatórioO Ensino de Ciências da Natureza e suas Tecnologias na Educação Básica Brasileira - Um Panorama entre os anos de 2010 e 2020,uma iniciativa do British Council em parceria com a Fundação Carlos Chagas “que levou cerca de dois anos até a publicação da pesquisa inédita”, recordou Alessandra. A pesquisa, coordenada por Sandra, reúne os principais marcos legais brasileiros sobre o ensino de ciências, os resultados sobre as pesquisas publicadas sobre o tema e traz um retrato da última década do ensino de ciências na educação básica a partir dos censos da Educação Básica e da Educação Superior e traz contribuições para as discussões acerca da educação STEM.Durante a mesa, a pesquisadora apresentou alguns achados do estudo e chamou atenção para o fato de que o “desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e, consequentemente, o desenvolvimento social não pode prescindir do conhecimento escolar e do letramento científico” e lembrou de duas pesquisas relacionadas ao letramento científico, a doInstituto Abramundoque revelou que 48% dos entrevistados, entre 15 e 40 anos, tinham o nível rudimentar de Letramento Científico e a doMinistério da Educação/Saebque mostrou que mais de 51% dos estudantes do último ano do ensino fundamental se encontravam em níveis mais elementares referentes ao letramento científico. [caption id="attachment_26478" align="aligncenter" width="282"]Na fotografia, Sandra Unbehaum, uma mulher branca de olhos claros, usando óculos. Tem cabelos grisalhos. Está usando usando um vestido bege com e um cardigã preto. Ela segura a o relatório O Ensino de Ciências da Natureza e suas Tecnologias na Educação Básica Brasileira - Um Panorama entre os anos de 2010 e 2020 Na foto, a pesquisadora Sandra Unbehaum com o exemplar impresso do relatório que está disponível paradownload.Crédito imagem: G.Oliveira[/caption]  Sandra enfatizou a importância de uma outra iniciativa do British Council em parceria com a FCC, oGarotas STEM, em que meninas e jovens das escolas do ensino básico foram incentivadas a conhecer, participar e são formadas em carreiras em áreas científicas e tecnológicas. O edital selecionou 30 projetos em todo o Brasil. A ampliação do acesso à uma educação STEM também foi assunto no evento, uma vez que o conhecimento científico não chega a todas as pessoas de forma igualitária. Grupos específicos, que também estão sub representados em algumas áreas profissionais, são os mesmos em que a Educação STEM é focada. “Há também a necessidade de se pensar as questões de gênero nessas áreas”, destacou Sandra. A pesquisadora também lembrou que essa não é uma questão restrita ao Brasil, mas também está presente em diversos países e acrescentou “Nós mulheres somos mais da metade da população mundial e nós não estamos ocupando áreas importantes e contribuindo para o desenvolvimento social, econômico e científico dos países. Se fizermos um recorte social e etnico, esses indicadores seriam ainda mais assustadores”. A importância da educação STEM ultrapassa fronteiras e o evento foi uma oportunidade para compartilhamento dessas experiências também na Colômbia. Julia é Gerente Sênior de Educação Básica do British Council na Colômbia e falou sobre o programaCoding for Kids(Programación para niños y niñas), uma parceria entre o Ministerio de Educación Nacional,  Ministerio de Tecnologías de la Información y las Comunicaciones (Colômbia) e o British Council. Esse programa foi pensado a partir da pesquisa do contexto colombiano e a demanda na área de STEM. De acordo com Julia, no processo, houve a necessidade de entender como o ensino de ciências e tecnologia estava acontecendo nas salas de aula e como as universidades poderiam contribuir em seu desenvolvimento. Também foi levada em consideração a equidade de gênero na proposta. Na Colômbia, apenas 30% dos cientistas são mulheres, porcentagem reduzida frente a população do país. Outro dado importante levado em consideração noCoding for Kidsfoi a demanda do país por profissionais qualificados nas áreas STEM. “Estima-se que haja no país 35 mil postos de trabalho abertos para estes profissionais qualificados nessa área”, afirmou Julia. Ela finalizou explicando a necessidade de avaliar para aprender e que o desenvolvimento do programa vem sendo monitorado e avaliado para que sejam tomadas decisões para a melhoria da proposta.

Saiba mais

Panorama da Educação STEM no BrasilO estudo, uma parceria entre a Fundação Carlos Chagas, British Council e King’s College London, está disponível no relatórioEnsino de ciências e suas tecnologias no Brasil: análise de 2010 a 2020

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