Fundação Carlos Chagas lança linha de pesquisa em Educação Especial Inclusiva
Lançamento ocorreu durante seminário com presença de pesquisadores, docentes e representantes de movimentos sociais e de governos
Luanne Caires
22/09/2025 16:14:49
No mês que marca o Dia Nacional da luta das pessoas com deficiência, também chamado de Setembro Verde, a Fundação Carlos Chagas reforça seu compromisso com a educação como direito fundamental para todas as pessoas e lança a linha de pesquisaPolíticas e práticas inclusivas: deficiência, tecnologia assistiva e anticapacitismo, com a coordenação da pesquisadora Adriana Pagaime.
Inserida no grupoEducação e Trabalho: gênero, raça e deficiência na perspectiva dos direitos humanos, doDepartamento de Pesquisas Educacionais (DPE)da FCC, a linha, fundamentada na Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e no modelo social de deficiência, será dedicada a estudos voltados às políticas públicas de inclusão escolar e social, acesso, permanência e participação na educação básica, na educação superior e no mundo do trabalho, em interlocução com os marcadores sociais gênero, raça e socioeconômico.
O lançamento da linha de pesquisa compartilha uma característica que permeia a atuação da FCC como um todo: a promoção do debate público sobre uma educação de qualidade e inclusiva no país. Por esta razão, a Fundação Carlos Chagas, realizou, entre os dias 8 e 9 de setembro de 2025 em São Paulo, o1º Seminário de Educação Especial Inclusiva: contextos, desafios e possibilidades.
"O DPE, ao longo de seus 54 anos, tem buscado aliar a produção de conhecimento a uma sólida contribuição para a formulação e implementação de políticas públicas, subsidiando novos estudos, programas e ações, com foco no reconhecimento da educação como direito fundamental para todas as pessoas, sem nenhuma distinção", destacaSandra Unbehaum, coordenadora do Departamento de Pesquisas Educacionais da FCC e líder do grupo de pesquisa no qual a nova linha está inserida.
Com participação de pesquisadores de diferentes regiões do Brasil, educadores de redes públicas e privadas, profissionais atuantes na formação docente e representantes de secretarias municipais e estaduais de educação e da pessoa com deficiência de São Paulo, o seminário assegurou serviços e metodologias de tecnologia assistiva com o objetivo de garantir participação equitativa de todas as pessoas. Além de interpretação em Libras, audiodescrição aberta e estenotipia (legenda em tempo real), o evento contou uma equipe de monitoria de acessibilidade para atendimento às pessoas com deficiência que participaram do evento.
A articulação entre pesquisa, formação de professores, condições de trabalho nas escolas, planejamento e implementação de políticas públicas, e o capacitismo, marcou o debate em todas as atividades do seminário. Para Adriana Pagaime, pesquisadora do DPE/FCC e coordenadora da organização do evento, o seminário foi uma “oportunidade de dialogar sobre os desafios e avanços nas políticas de inclusão escolar no âmbito da Educação Especial Inclusiva e da Educação Bilíngue de Surdos, tendo como eixo, em todas as mesas, a formação docente continuada para atuar com esse alunado”.
A nova linha de pesquisa faz parte de uma série de iniciativas da Fundação Carlos Chagas para fortalecer suas práticas inclusivas internas e na prestação de seus serviços. "A Fundação vem buscando cada vez mais ser e promover espaços que respeitem todas as pessoas nas suas individualidades de raça, cor, gênero, classe social ou deficiência", como destaca Evandro Tansini,Diretor Vice-Presidente Operacionalda instituição.
O seminário teve o apoio científico da Faculdade de Educação da USP e da UFABC, e dentre os palestrantes, contou com a presença de Anna Paula Feminella, Secretária Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, representando o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). A Secretária abordou o temaPolíticas públicas: gênero e deficiência, no debate sobre educação especial, interseccionalidade, participação e emancipação, e doou mais de 90 exemplares da Lei Brasileira de Inclusão atualizada, para que os participantes do evento pudessem levar para as escolas e redes onde atuam.
Além da representação do MDHC, o seminário teve participação de mais de 200 pessoas, entre pesquisadores, educadores de redes públicas e privadas, profissionais atuantes na formação docente e representantes de secretarias municipais e estaduais de educação e da pessoa com deficiência de São Paulo.
Para garantir a participação equitativa de todas as pessoas, o evento assegurou serviços e metodologias de tecnologia assistiva, com interpretação em Libras, audiodescrição aberta, estenotipia (legenda em tempo real), espaço prioritário para pessoas com deficiência na plateia e uma equipe de monitoria de acessibilidade para atendimento às pessoas com deficiência que participaram do evento.