Notícias

  • Início
  • |
  • Notícias
  • |
  • Gênero nas políticas educacionais foi tema de seminário promovido pela sociedade civil
www.fcc.org.br

Gênero nas políticas educacionais foi tema de seminário promovido pela sociedade civil

Pesquisadoras da Fundação Carlos Chagas integram o projeto Interseccionalidade em Ação: políticas educacionais e gênero, raça e sexualidades

Jade Castilho

Publicado em:

18/11/2024 15:07:04

Como a educação e como as políticas educacionais podem contribuir para a promoção da igualdade de gênero, raça e sexualidade? Esse foi um dos questionamentos presentes noSeminário da Pesquisa Gênero e Políticas Educacionais, realizado no último dia 14 de novembro de 2024, no Centro MariAntonia, da Universidade de São Paulo (USP). 

Pensando em contribuir com esse debate, a Ação Educativa, Geledés - Instituto da Mulher Negra, Fundação Carlos Chagas, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) e Professores contra o Escola Sem Partido desenvolveram coletivamente uma pesquisa sobre gênero e políticas públicas na área de educação. Os resultados preliminares do estudo, com apoio do Fundo Malala, foram apresentados no evento. 

Thais GavaeLiliane Bordignon, pesquisadoras membras doDepartamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas (DPE/FCC), abordaram suas participações no projeto de pesquisa. Durante a manhã, Thais apresentou parte dos achados do levantamento da produção acadêmica e da sociedade civil na mesaUltraconservadorismo: velhas e novas arenas de luta

Juntamente com Suelaine Carneiro, do Geledés, e Renata Aquino, do Professores Contra o Escola Sem Partido, a pesquisadora detalhou a análise de 131 artigos, teses e dissertações produzidas de 2015 a 2022 que abordam a temática, mapeados em bases de dados e indexadores de publicações acadêmicas. Para Thais, é preciso entender que estamos em uma arena de luta. 

"Para pensarmos nos desafios educacionais vivenciados pelo país hoje, necessariamente devemos considerar as reflexões produzidas sobre as  políticas educacionais que promovem a igualdade de gênero e a diversidade. Nesse sentido, é fundamental pensarmos numa perspectiva inclusiva da educação, considerando a demanda por discussões teóricas que abordam questões de gênero, diversidade, raça, deficiências e sexualidades de forma integrada", comenta Thais. 

Após o debate e no período da tarde, Liliane integrou a segunda mesa do evento sobreDesafios de gênero na educação. Acompanhada de Bárbara Araújo, do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (CAp-UERJ), de Dayanna Louise, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), e Alexandre Bortolini, representante da Associação Brasileira de Estudos da Trans-Homocultura  (ABETH), a pesquisadora abordou o temaSegregação nas carreiras

A pesquisa revelou que, no ano de 2019, foram registradas 1.833.351 matrículas iniciais na Educação Profissional Técnica de Nível Médio (EPTNM). Desse montante, aproximadamente 57% das pessoas matriculadas são mulheres, enquanto os demais 43% são homens.

Apesar de um aparente equilíbrio na presença de homens e mulheres no ensino técnico de nível médio, esse fato se desfaz quando se observa nos dados que, dentre os 13 eixos e os 215 cursos ofertados na EPTN, as matrículas não são ocupadas por homens e mulheres na mesma proporção. 

"Existem cursos que, tradicionalmente, são marcados por gênero. Além disso, considerando os dados de cor ou raça da população pesquisada, com a ressalva de que aproximadamente 30% dos dados de matrículas não possuem a declaração, 51,56% das pessoas matriculadas são pessoas negras (soma de pretas e pardas) e 48,03% são pessoas brancas (soma de brancas e amarelas), com a presença de 0,41% de pessoas indígenas", afirma Liliane. 

Continuidade 

O levantamento atualiza o balanço crítico da produção acadêmica publicado em 2016 no livro Gênero e Educação: fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais, coordenado por Cláudia Vianna, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), e Sandra Unbehaum, coordenadora do DPE/FCC.

IntituladaGênero e Educação: Fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais, a pesquisa resultou em uma publicação ee-book disponível para download gratuitono site da Ação Educativa, parceria da iniciativa. 

Relacionados