Saúde mental no contexto escolar: estudo reforça o papel da escola na integração entre saúde e educação
Pesquisa propõe agenda de saúde mental na escola e a necessidade de fomentar vínculos entre profissionais da educação, saúde, assistência social e justiça
Jade Castilho
18/06/2025 13:04:40
A presença de transtornos mentais ésignificativa na população em geral, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Pesquisa feita pelo órgão identificou que 4% da população mundial têm transtorno de ansiedade. O índice tem crescido de modo expressivo nos últimos anos entre pessoas com menos de 18 anos. De acordo com oUnicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), estima-se que cerca de 10% a 20% das crianças e adolescentes apresentam problemas de saúde mental no Brasil.
Quando se trata de promoção de saúde mental, é preciso entender o papel da escola. O local onde crianças e adolescentes passam boa parte do seu tempo e transtornos de saúde mental podem aparecer de forma mais detectável pelos adultos com quem convivem.
Apromoção da saúde mental no contexto escolarfoi tema de um estudo lançado pelo D³e – Dados para um Debate Democrático na Educação, em parceria com a B3 Social e a Fundação José Luiz Setúbal (FJLS), com autoria de Vládia Jucá, professora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC).
A pesquisa aponta que a escola também agrega questões sociais amplas, como racismo estrutural, desigualdade social, homofobia, transfobia, entre outras, que a tornam um espaço propício para o sofrimento psíquico.
Ao mesmo tempo, a escola é o lugar onde estratégias que integram saúde e educação podem se fortalecer, para que o cuidado seja possível antes que uma situação se apresente ou se agrave.
A pesquisa propõe o incentivo a fóruns intersetoriais e a valorização de práticas de redução de danos como saídas para a implementação de políticas públicas que fortaleçam a articulação entre diferentes setores.
Para apoiar o diálogo na comunidade escolar, as medidas sugeridas são uma maior aproximação com as famílias, a promoção de atividades que fortaleçam a solidariedade na comunidade escolar e a criação de espaços de escuta e cidadania para os estudantes.
É fundamental, ainda, criar políticas de incentivo a estudos que abordem a escola de modo mais integrado aos contextos socioculturais, para conhecer os territórios onde habitam e circulam seus estudantes, mapear possíveis espaços e equipamentos para a construção de redes intersetoriais e construir projetos para movimentar o trabalho em rede, contribuindo para a formação de cidadãos mais resilientes e preparados para os desafios do futuro.
Saiba mais
Guia para a articulação entre as escolas e a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente