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Professores de hoje promovem experiências que transformam o ensinar dos professores de amanhã

 

Cartaz com os dizeres: Prêmio Professor Rubens Murillo Marques 2023. Professores de hoje promovem experiências que transformam o ensinar dos professores de amanhã. Linhas curvas em laranja aparecem no canto superior direito e inferior esquerdo. Na parte inferior do cartaz, há uma faixa branca com a logomarca e os perfis de redes sociais da Fundação Carlos Chagas.

|16/10/23

Com soluções criativas e inovadoras, docentes de todo o país contribuem para a formação de novos professores em meio aos desafios que a licenciatura enfrenta no Brasil 

Por Luanne Caires

No extremo norte brasileiro, no único museu do estado onde dá aula, a professora Giseli Deprá, do curso de Licenciatura em História da Universidade Estadual de Roraima (UERR), desenvolve uma experiência formativa que leva seus estudantes a vivenciarem o contexto prático da profissão de historiador, terem contato com o patrimônio arqueológico e cultural do estado e entenderem diferentes maneiras de criar e organizar práticas sociais, por meio da arte e de materiais do cotidiano, como uma forma de aprender e de ensinar. 

A cerca de cinco mil quilômetros da capital roraimense, a professora Keila Mendes utiliza a gamificação em atividades pedagógicas para desenvolver uma postura ativa e crítica do professor em formação no curso de Licenciatura em Letras-Língua Inglesa da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), campus Caetité. A expectativa é de que uma postura semelhante seja estimulada também nos futuros aprendizes de seus licenciandos, por meio de outras atividades que reforcem o caráter de participação e colaboração no processo educacional. 

Um pouco mais ao sul, na cidade de Avaré, em São Paulo, a professora Eva Cristina Francisco reúne cinema, semiótica e combate ao racismo em sua disciplina na Licenciatura em Letras-Espanhol, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP). A experiência formativa, além de integrar diferentes linguagens de texto, áudio e vídeo, coloca em evidência o compromisso da educação com o combate ao racismo estrutural e à superação de preconceitos. 

Experiências como essas, premiadas na 13ª edição do Prêmio Professor Rubens Murillo Marques da Fundação Carlos Chagas, são apenas alguns exemplos que demonstram como professores usam o conhecimento técnico, a criatividade e a persistência para superar desafios cotidianos e estimular milhares de futuros professores a aprender a ensinar — com os recursos disponíveis na realidade de cada curso, área de conhecimento e região do país. Na outra ponta, os mais de um milhão e seiscentos mil universitários brasileiros matriculados em cursos de licenciatura também superam seus próprios desafios e aprendem, com o exemplo prático, experiências que podem transformar suas futuras aulas na educação básica. 

Mas esse percurso não é simples e começa pela própria modalidade de cada formação. Considerando que, na educação básica, o predominante são as aulas presenciais, os vínculos entre professores e estudantes no chão da sala de aula — seja na escola ou na universidade — tornam-se imprescindíveis como prática do caráter relacional da educação. Encontrar maneiras de fortalecê-los é um dos pontos de atenção na formação de professores, especialmente porque 61% das matrículas estão concentradas em cursos de licenciatura a distância, segundo o Censo da Educação Superior 2021

Garantir a permanência dos estudantes e reduzir a evasão — que é quando o aluno deixa de frequentar o curso — também são metas para as políticas de formação inicial docente. Os Indicadores de Qualidade da Educação Superior no Brasil de 2021, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apontam que apenas 4 a cada 10 estudantes de licenciatura matriculados em instituições federais de forma presencial concluem o curso. 

Outro fator relevante é a qualidade da formação. No Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2021, as notas de alunos dos cursos de licenciatura estão abaixo de 50, em uma escala de 0 a 100. O resultado é sinal de um gargalo que pode comprometer a atuação dos licenciandos no momento de trabalhar os conhecimentos do curso na educação básica. 

Apesar dos desafios, experiências inovadoras de formação, como as contempladas no Prêmio Professor Rubens Murillo Marques, podem ser uma maneira de gerar engajamento dos estudantes e trabalhar conceitos de forma mais crítica, lúdica e participativa. 

“Com as mudanças constantes nas formas de aprender e ensinar, os cursos de licenciatura são cada vez mais desafiados a preparar profissionais que dialoguem com novas realidades da sala de aula. Assim, ao valorizar o professor que ensina a ensinar e divulgar experiências bem sucedidas, o Prêmio contribui, mesmo que indiretamente, para a melhoria das práticas de formação inicial”, destaca Patrícia Albieri, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas e membro do Comitê Executivo do Prêmio Professor Rubens Murillo Marques.

Saiba mais
Prêmio Professor Rubens Murillo Marques
Criado em 2011, o Prêmio Professor Rubens Murillo Marques é uma iniciativa da FCC que valoriza e divulga experiências educativas, propostas e realizadas por docentes dos cursos de Licenciatura na formação de professores para a educação básica.