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Avaliação da educação no Ceará: além do desempenho dos alunos

Estudo analisa três iniciativas de avaliação realizadas na educação básica do Ceará e revela que experiências hoje descontinuadas consideravam aspectos diversos do sistema educacional e podem contribuir para a ressignificação dos propósitos e procedimentos avaliativos vigentes em uma perspectiva democrática

17/08/23 | Por Eloisa Maia Vidal, professora associada do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza-CE, Brasil, eloisamvidal@yahoo.com.br

Composição de fundo bege, com traços curvos, paralelos e pretos nos cantos superior direito e inferior esquerdo. Ao centro, o texto “Avaliação da educação no Ceará: além do desempenho dos alunos” está localizado à direita, e o contorno preto do mapa do estado do Ceará aparece à esquerda. Na parte de cima da imagem, à esquerda, há o logo da revista Estudos em Avaliação Educacional, em letras brancas em um fundo vermelho, e, ao lado, o nome do blog Em Pauta, em letras na cor vermelha em um fundo claro. A logomarca da Fundação Carlos Chagas e ícones do LinkedIn, Instagram e YouTube aparecem na parte inferior.

O artigo de Sandra Zákia descreve e analisa três iniciativas de avaliação implementadas pela Secretaria de Educação (Seduc) do estado do Ceará no período de 1985 a 2007, que abordam aspectos relacionados à avaliação de formação de professoes, à avaliação de políticas educacionais e à avaliação institucional das escolas. A pesquisa é de natureza documental e bibliográfica, tendo a autora participado das iniciativas como consultora ou pesquisadora.

As análises realizadas chamam atenção para as contribuições que tais estratégias avaliativas podem trazer aos estados e municípios, que adotam um modelo que se estabeleceu como monolítico, dirigido exclusivamente para avaliação de desempenho dos alunos e focalização nas avaliações externas e em larga escala. Ao comentar as experiências realizadas no Ceará, a autora destaca seu caráter democrático e participativo, envolvendo uma gama variada de sujeitos.

Para Sandra Zákia, a experiência de avaliação institucional estruturada pela Seduc do Ceará, e que é descontinuada a partir de 2007, abarcava vários aspectos do trabalho desenvolvido nas escolas e envolvia todos os segmentos da comunidade escolar, com vistas a gerar compromisso de todos com a melhoria da qualidade da educação. Tal movimento pode ser considerado “promissor no sentido de articular a autoavaliação à avaliação externa e em larga escala, com a perspectiva de focalizar, no processo avaliativo, não apenas desempenho de estudantes como indicador de qualidade da educação, mas indicadores que abarcassem elementos das diversas instâncias do sistema educacional”.

Como destaque, a autora chama atenção para o fato de que, embora as experiências vividas no Ceará sejam datadas, apontam a construção de abordagens avaliativas norteadas por um propósito formativo, por meio de delineamentos que se pautam por processos interativos e negociados e reconhecem a necessidade do envolvimento de diferentes instâncias e sujeitos no processo avaliativo, ao prever participação de atores diversos que integram equipes centrais, regionais e de escolas. O artigo representa uma contribuição relevante, especialmente porque ele é publicado num momento de pós-pandemia, em que as discussões sobre a importância das avaliações diagnóstica e formativa retornam à centralidade do processo educativo, que, nos últimos vinte anos, vivia sob o protagonismo das avaliações externas.

Referências

Sousa, S. Z. (2023). Iniciativas de avaliação educacional no estado do Ceará. Estudos em Avaliação Educacional, 34, Artigo e09328. https://doi.org/10.18222/eae.v34.9328

Leia o artigo em

Sousa, S. Z. (2023). Iniciativas de avaliação educacional no estado do Ceará. Estudos Em Avaliação Educacional34, e09328. https://doi.org/10.18222/eae.v34.9328

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Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece 30 anos)

Grupo de pesquisa Política Educacional, Gestão e Aprendizagem


Os argumentos presentes neste post são de responsabilidade dos autores e não necessariamente expressam as opiniões da Fundação Carlos Chagas.

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