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CIERS-ed: educação e representações sociais além de fronteiras

Com participantes de diferentes regiões do globo, centro de pesquisa é referência pela diversidade de abordagens e por sua característica congregadora e formativa

12/12/22 | Por Luanne Caires

Cartaz com os dizeres: Representações Sociais, Subjetividade e Educação. CIERS-ed: Educação e Representações Sociais além de fronteiras. A imagem tem fundo cinza, com pequenos círculos conectados por linhas nas laterais. Na parte inferior, há a logomarca da Fundação Carlos Chagas.

O desenvolvimento de uma pesquisa não é um processo que se percorre sozinho. O diálogo com teorias distintas, com outros pesquisadores e com os participantes que integram a coleta de dados é essencial. Quanto maior a diversidade de olhares, mais rica se torna a análise sobre o assunto. No campo das representações sociais, a Fundação Carlos Chagas (FCC) sedia uma iniciativa que promove essa riqueza e aproxima mais de cem pesquisadores e 40 grupos de pesquisa ao redor do mundo. Trata-se do Centro Internacional de Estudos em Representações Sociais e Subjetividades – Educação (CIERS-ed), que busca investigar as relações entre educação e as representações sociais — que guiam nossa maneira de definir, interpretar e nos relacionar com a realidade cotidiana. 

O CIERS-ed foi criado em 2006 e possui um perfil congregador desde sua origem, segundo Adelina Novaes, pesquisadora na Fundação Carlos Chagas e atual coordenadora do centro. A ideia nasceu de uma proposta de Serge Moscovici, idealizador da Teoria das Representações Sociais, de montar centros de pesquisa sobre o tema em diferentes países. A semente para colocar a ideia em prática foi o aporte financeiro derivado do Prêmio Balzan, recebido por Moscovici em 2003 em reconhecimento às suas contribuições para a Psicologia  Social. 

A escolha da Fundação Carlos Chagas como sede do centro está relacionada ao papel fundamental de Clarilza Prado de Sousa, que já se dedicava ao estudo das representações sociais no Brasil. À época, ela era pesquisadora no Departamento de Pesquisas Educacionais (DPE) da instituição e coordenava, em âmbito nacional, o projeto Imaginário e representações sociais de jovens universitários sobre o Brasil e a escola. A pesquisa fazia parte do projeto Imaginários Latino-Americanos, coordenado pelas pesquisadoras Angela Arruda (Brasil), Mireya Lozada e Maria Auxiliadora Banchis (Venezuela) e Martha de Alba (México), com financiamento da Fondation Maison des Sciences de l`Homme (FMSH, França). 

A importância do DPE  para a análise e o desenvolvimento da educação brasileira e de políticas públicas na área foi outro fator que impulsionou a escolha da Fundação Carlos Chagas para sediar a iniciativa. “À época, a professora Bernadete Gatti, coordenadora do Departamento de Pesquisas Educacionais, e o Dr. Rubens Murillo Marques, que hoje é Presidente de Honra da instituição mas, na ocasião, era seu Diretor-Presidente, também destinaram um conjunto de recursos da própria Fundação para garantir apoio de infraestrutura, salas de trabalho e assistência administrativa. E, então, constituiu-se o CIERS-ed”, conta Lúcia Villas Bôas, atual Diretora-Vice-Presidente Operacional da FCC e coordenadora do CIERS-ed no período de 2012 a 2018.

As pesquisadoras do DPE, Angela Maria Martins e Elba Barretto, atual membra do Conselho Curador da instituição, também agregaram discussões ligadas, respectivamente, a políticas e ao currículo. 

Ao longo de todo o processo, além do apoio do próprio Serge Moscovici, a presença constante e inspiradora de Denise Jodelet, professora emérita da École des Hautes Études en Sciences Sociales (França) e uma das principais difusoras da Teoria das Representações Sociais no mundo, foi uma parceria indispensável.  

Assim, nascia um Centro comprometido não só com a realização de estudos, mas com a formação na perspectiva das Representações Sociais, organizando uma rede de pesquisadores que tivessem aderência direta à teoria ou interesse em dialogar com ela, mesmo que partindo de outras áreas, com foco no contexto educacional. Para Lúcia, a diversidade de olhares que acompanha o desenvolvimento do grupo possibilitou trocas muito ricas também no âmbito pessoal: “Foi uma experiência que permitiu que nos aproximássemos desses pesquisadores, e eles entre si, e construíssemos ali uma amizade para além da atividade acadêmica e científica, o que tem muito a ver com a personalidade e com a forma de trabalhar de sua principal idealizadora, Clarilza Prado de Sousa”. 

Saiba mais:
Centro Internacional de Estudos em Representações Sociais e Subjetividades – Educação (CIERS-ed)
Desde 2006, realiza investigações científicas na área de educação por meio do estudo da teoria das representações sociais, articulada a outros referenciais teóricos e metodológicos, para analisar e refletir sobre processos educacionais e suas consequências na sociedade.

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