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Inclusão escolar: a pandemia evidencia os antigos desafios da educação especial

O artigo apresenta os resultados da pesquisa Educação especial na perspectiva inclusiva, realizada durante a pandemia e que contou com a participação de docentes das classes comuns e do atendimento educacional especializado. 

16/03/23 | Por Camila Ramos Franco de Souza, coordenadora do Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão (Cefai) Jaçanã/Tremembé, Prefeitura do Município de São Paulo (PMSP), São Paulo (SP), Brasil. csramos@sme.prefeitura.sp.gov.br

Imagem com o logo CP em pauta. No centro há o logo da Pesquisa Inclusão escolar em tempos de pandemia. Abaixo há o título Inclusão escolar: a pandemia evidencia os antigos desafios da educação especial. Na parte inferior central há os logos da UFABC, Fundação Carlos Chagas, FEUSP e UFES.

No artigo Educação especial na pandemia: estratégias e desafios no ensino fundamental, as autoras e o autor  nos apresentam os resultados da pesquisa Inclusão escolar em tempos de pandemia, realizada pela Fundação Carlos Chagas (FCC) em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e a Universidade de São Paulo (USP). 

No artigo, Adriana Pagaime (FCC), Kate Kumada (UFABC), Silvana Drago e Rosângela Prieto (USP) e Douglas Ferrari (UFES) analisam os resultados que partem da percepção de 1594 docentes que atuavam com estudantes público-alvo da educação especial (PAEE) – estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação – das redes públicas de educação básica, tanto nas classes comuns como no atendimento educacional especializado (AEE), sobre as estratégias propostas e os desafios enfrentados durante os primeiros meses de suspensão de aulas presenciais.

O estudo nos apresenta um breve panorama da implantação do ensino remoto no país, bem como os riscos de exclusão desse grupo de aprendizes e a atual carência de publicações que discutam ações escolares junto a esse público durante o período pandêmico. Os resultados indicam que 94,9% das redes de ensino implementaram alguma forma de ensino remoto nos primeiros meses da suspensão das aulas presenciais.  No entanto, mesmo com a adoção de tecnologias digitais nos espaços escolares, o uso do material impresso foi o principal recurso apontado pelos educadores. Isso pode ser atribuído à falta de acesso do público atendido a tecnologias digitais, pois grande parte dos estudantes não tinha computadores ou conexão com a internet. A dificuldade no contato das professoras/es com as famílias e a ausência de condições dos pais em auxiliar nas tarefas dos estudantes também foram citadas pelos participantes.

Embora a pesquisa revele um esforço de docentes da classe comum em pensar propostas acessíveis para o estudante PAEE e destaque o trabalho colaborativo entre professoras da classe comum e do AEE – o que demonstra avanços na perspectiva inclusiva da educação –,  os resultados evidenciam a falta de estrutura,  de recursos e de apoio aos professores, além de barreiras  relacionadas a atitudes e discursos capacitistas que são históricos na educação especial e não são exclusivos do período pandêmico, mas que escancaram a fragilidade da escolarização desse alunado. O texto nos  convida a refletir sobre a urgente necessidade de as redes de ensino pautarem a escolarização desse público no âmbito formativo de docentes, gestores e educadores, bem como nas diversas esferas das políticas públicas, para assegurar uma educação de fato inclusiva.

Referência
Pagaime, A., Kumada, K. M. O., Drago, S. L. dos S., Prieto , R. G., Melo, D. C. F. de, & Artes , A. (2022). Educação especial na pandemia: Estratégias e desafios no ensino fundamental. Cadernos de Pesquisa, 52, e09665. https://doi.org/10.1590/198053149665 

Leia o artigo em
Cadernos de Pesquisa
https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/9665

Saiba mais
Saiba mais sobre a pesquisadora Camila Ramos Franco de Souza  http://lattes.cnpq.br/5843518289905821

Os argumentos presentes neste post são de responsabilidade dos autores e não necessariamente expressam as opiniões da Fundação Carlos Chagas.

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