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Raça Negra e Educação: marco inicial nas discussões sobre desigualdade escolar

Há 36 anos foi publicada a edição especial Raça Negra e Educação no número 63 da revista Cadernos de Pesquisa. Este post é um convite para revisitar essa importante edição que foi um marco inicial no encontro entre acadêmicos, militantes e interessados no tema das relações raciais e educação.

16/02/23 | Por Amélia Cristina Abreu Artes, pesquisadora, Departamento de Pesquisas Educacionais, Fundação Carlos Chagas, São Paulo, São Paulo, Brasil. comunicacao@fcc.org.br

Composição com ilustração de contorno de duas pessoas que aparecem contra um fundo amarelado. Texto: CP Em Pauta Raça Negra e Educação. Logo da Fundação Carlos Chagas

Em 36 anos, o que mudou na realidade da educação brasileira considerando as desigualdades educacionais relacionadas à presença de negros nos espaços escolares? Tivemos algumas mudanças, como ampliação e quase universalização da educação básica, em especial para os anos iniciais do ensino fundamental; melhora nos indicadores de distorção idade-série; monitoramento do desempenho escolar a partir de exames de proficiência; e melhora em indicadores de evasão e repetência, entre outros. Apesar desses avanços, as marcas de desigualdade permanecem, como a maioria dos meninos com trajetórias escolares menos regulares; mais negros apresentam piores indicadores de aprendizagem; os mais pobres têm menos acesso às escolas. Essas marcas nos indicam que ainda há muito a se melhorar na educação no Brasil, especialmente no que se refere ao acesso, permanência e qualidade da educação ofertada

Banner do evento 30 anos Raça Negra e Educação CP

Em 1987, de forma pioneira, Cadernos de Pesquisa publicou a edição especial Raça Negra e Educação (n. 63) com uma coletânea de textos que revelava a ausência de políticas educacionais para o enfrentamento das desigualdades raciais, assim como o racismo existente nas escolas. Uma revista acadêmica plural, que reuniu textos de pesquisadores, ativistas e interessados nas temáticas raciais e educação. Entre os 38 participantes estavam: Fúlvia Rosemberg, Carlos Hasenbalg, Luiz Alberto Oliveira Gonçalves, Raquel Oliveira, Zélia Amador de Deus e Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva. Em tempos de Assembleia Nacional Constituinte, após o início da redemocratização brasileira, a edição foi um espaço de intervenção intelectual e militante com a participação de movimentos sociais, educadores que compartilharam suas  experiências em salas de aula, quilombos e outras minorias.

Em 2017, em comemoração aos 30 anos da edição especial, a Fundação Carlos Chagas juntou-se a dois importantes parceiros, a Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros na Universidade Federal de São Paulo (Neab-Unifesp), para um evento, na Unifesp, que reuniu personalidades da geração propositora dos textos de 1987 e parte da nova geração de pesquisadores do tema. O seminário Raça Negra e Educação 30 anos depois: E agora do que mais precisamos falar? permitiu um encontro de histórias, ideias, lutas e demandas, considerando o que se avançou e o que é necessário avançar para que a educação no Brasil seja para todos e todas, independente das marcas raciais. Dois anos depois, a Revista da ABPN publicou o Caderno Temático com o título de mesmo nome do evento com textos preparados pelos convidados. Revisitar as duas publicações, disponíveis on-line, é uma oportunidade de conhecer o quanto avançamos e perceber que lutar por uma sociedade não racista ainda é necessário.

Leia o Especial

Cadernos de Pesquisa: Edição Especial Raça Negra e Educação (n.63) 

Saiba mais

Revista da ABNP – Edição Especial – Caderno Temático: Raça Negra e Educação 30 anos depois: e agora do que mais precisamos falar?

Acesse a página com informações sobre a pesquisadora Amélia Cristina Abreu Artes em https://www.fcc.org.br/fcc/pesquisador/amelia-artes/

Os argumentos presentes neste post são de responsabilidade dos autores e não necessariamente expressam as opiniões da Fundação Carlos Chagas.

 

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