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A Educação STEM para além de fronteiras

 

Texto: Panorama da Educação STEM no Brasil: trocas com Colômbia e Reino Unido sobre o uso de dados para políticas púbicas. Bett Brasil 2023. Saiba como foi. Logos do British Council, Fundação Carlos Chagas, Kings College London e STEM Hub Education. A peça é composta por grafismos. No rodapé aparecem os ícones do LinkedIn e Instagram @fundacaocarloschagas e ícone do YouTube Fundação Carlos Chagas

|22/06/23

O tema foi discutido durante o Bett 2023 e contou com a presença da Fundação Carlos Chagas e British Council

Por Graciele Oliveira

No dia 11/05 aconteceu a mesa Panorama da Educação STEM no Brasil: trocas com Colômbia e Reino Unido sobre uso de dados para políticas públicas que teve a mediação de Ana Paula Gaspar, especialista em Tecnologias Educacionais, e as participações de Sandra Unbehaum, do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, Alessandra Moura e Julia Rubiano de La Cruz, ambas do British Council.  

A mesa foi um espaço para se discutir a importância de um sistema de educação baseado em evidências e construído por meio de estratégias voltadas à educação STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) como forma de contribuir para a cidadania. Durante o evento, Alessandra, que é Gerente Sênior de Língua Inglesa e Educação Básica no British Council, apresentou algumas das ações da instituição e lembrou da importância do engajamento dos estudantes como forma de promover o interesse deles nessas áreas. 

Fotografia do palco do Bett Brasil em que estão presentes Alessandra Moura, Julia Rubiano de La Cruz, Sandra Umbehaum e Ana Paula Gaspar. No telão aparece o texto Panorama de Educação STEM no Brasil

Panorama de Educação STEM no Brasil: na imagem, da esquerda para a direita, Alessandra Moura, Juliana Rubiano de La Cruz, Sandra Umbehaum e Ana Paula Gaspar. Crédito imagem: G.Oliveira

Entender o cenário do ensino de ciências no Brasil também é essencial nesse processo e contribui para a formulação de políticas públicas. Nesse contexto foi publicado o relatório O Ensino de Ciências da Natureza e suas Tecnologias na Educação Básica Brasileira – Um Panorama entre os anos de 2010 e 2020, uma iniciativa do British Council em parceria com a Fundação Carlos Chagas “que levou cerca de dois anos até a publicação da pesquisa inédita”, recordou Alessandra. 

A pesquisa, coordenada por Sandra, reúne os principais marcos legais brasileiros sobre o ensino de ciências, os resultados sobre as pesquisas publicadas sobre o tema e traz um retrato da última década do ensino de ciências na educação básica a partir dos censos da Educação Básica e da Educação Superior e traz contribuições para as discussões acerca da educação STEM.

Durante a mesa, a pesquisadora apresentou alguns achados do estudo e chamou atenção para o fato de que o “desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e, consequentemente, o desenvolvimento social não pode prescindir do conhecimento escolar e do letramento científico” e lembrou de duas pesquisas relacionadas ao letramento científico, a do Instituto Abramundo que revelou que 48% dos entrevistados, entre 15 e 40 anos, tinham o nível rudimentar de Letramento Científico e a do Ministério da Educação/Saeb que mostrou que mais de 51% dos estudantes do último ano do ensino fundamental se encontravam em níveis mais elementares referentes ao letramento científico. 

Na fotografia, Sandra Unbehaum, uma mulher branca de olhos claros, usando óculos. Tem cabelos grisalhos. Está usando usando um vestido bege com e um cardigã preto. Ela segura a o relatório O Ensino de Ciências da Natureza e suas Tecnologias na Educação Básica Brasileira - Um Panorama entre os anos de 2010 e 2020

Na foto, a pesquisadora Sandra Unbehaum com o exemplar impresso do relatório que está disponível para download. Crédito imagem: G.Oliveira

 

Sandra enfatizou a importância de uma outra iniciativa do British Council em parceria com a FCC, o Garotas STEM, em que meninas e jovens das escolas do ensino básico foram incentivadas a conhecer, participar e são formadas em carreiras em áreas científicas e tecnológicas. O edital selecionou 30 projetos em todo o Brasil. 

A ampliação do acesso à uma educação STEM também foi assunto no evento, uma vez que o conhecimento científico não chega a todas as pessoas de forma igualitária. Grupos específicos, que também estão sub representados em algumas áreas profissionais, são os mesmos em que a Educação STEM é focada. “Há também a necessidade de se pensar as questões de gênero nessas áreas”, destacou Sandra. A pesquisadora também lembrou que essa não é uma questão restrita ao Brasil, mas também está presente em diversos países e acrescentou “Nós mulheres somos mais da metade da população mundial e nós não estamos ocupando áreas importantes e contribuindo para o desenvolvimento social, econômico e científico dos países. Se fizermos um recorte social e etnico, esses indicadores seriam ainda mais assustadores”. 

A importância da educação STEM ultrapassa fronteiras e o evento foi uma oportunidade para compartilhamento dessas experiências também na Colômbia. Julia é Gerente Sênior de Educação Básica do British Council na Colômbia e falou sobre o programa Coding for Kids (Programación para niños y niñas), uma parceria entre o Ministerio de Educación Nacional,  Ministerio de Tecnologías de la Información y las Comunicaciones (Colômbia) e o British Council. 

Esse programa foi pensado a partir da pesquisa do contexto colombiano e a demanda na área de STEM. De acordo com Julia, no processo, houve a necessidade de entender como o ensino de ciências e tecnologia estava acontecendo nas salas de aula e como as universidades poderiam contribuir em seu desenvolvimento. Também foi levada em consideração a equidade de gênero na proposta. Na Colômbia, apenas 30% dos cientistas são mulheres, porcentagem reduzida frente a população do país. Outro dado importante levado em consideração no Coding for Kids foi a demanda do país por profissionais qualificados nas áreas STEM. “Estima-se que haja no país 35 mil postos de trabalho abertos para estes profissionais qualificados nessa área”, afirmou Julia. 

Ela finalizou explicando a necessidade de avaliar para aprender e que o desenvolvimento do programa vem sendo monitorado e avaliado para que sejam tomadas decisões para a melhoria da proposta.

Saiba mais

Panorama da Educação STEM no Brasil
O estudo, uma parceria entre a Fundação Carlos Chagas, British Council e King’s College London, está disponível no relatório Ensino de ciências e suas tecnologias no Brasil: análise de 2010 a 2020