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Desafios ligados a emoções no retorno às aulas presenciais evidenciam importância de pesquisas e diagnósticos de clima escolar

 

Fundação Carlos Chagas. Clima escolar e prevenção da violência. Desafios emocionais no retorno às aulas no pós-pandemia. A imagem tem fundo azul escuro, com pequenos detalhes retangulares em vinho no canto superior esquerdo e no canto inferior esquerdo. O texto está centralizado e na cor branca.

|25/08/22

Pesquisador da Fundação Carlos Chagas, que integra o Observatório Internacional para o Clima Escolar e a Prevenção da Violência, destaca impactos da pandemia sobre a relação de estudantes com a escola e aponta medidas para um ambiente de acolhida

O retorno às atividades escolares presenciais em 2022 tem sido acompanhado por um aumento no registro de episódios de agressões nas escolas e por dificuldades de autorregulação e autopercepção de estados emocionais na comunidade escolar. Segundo pesquisa recente realizada pelo Datafolha, “34% dos estudantes estão com dificuldade de controlar emoções”. A pesquisa foi encomendada pelo Itaú Social, Fundação Lemann e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e incluiu entrevistas feitas por telefone com 1.308 responsáveis por estudantes de escolas públicas brasileiras. 

Para Adriano Moro, pesquisador na Fundação Carlos Chagas e integrante do grupo de pesquisa Avaliação Educacional, o levantamento do Datafolha “nos coloca em alerta e constante reflexão sobre como estamos lidando com as crianças e jovens em nossas escolas”. Adriano destaca que as perdas no desenvolvimento acadêmico dos estudantes são um fato, mas que é fundamental que, além do currículo e das avaliações, as instituições escolares se preocupem com o bem-estar psíquico, a promoção do desenvolvimento socioemocional e a acolhida em relação à insegurança e ao estranhamento à nova configuração da escola. 

Maior irritabilidade, episódios de conflitos e estresse no cotidiano são alguns dos efeitos ligados ao aumento da vulnerabilidade social, das desigualdades e da perda de renda durante o período sensível da pandemia de covid-19, especialmente entre as parcelas mais pobres da população¹. “Crianças e adolescentes perderam espaços de lazer e tiveram forte redução do convívio com colegas e isso pode provocar um sentimento de não pertencimento, de afastamento de amigos, solidão, inadequação social e aumento da ‘inabilidade social’”, ressalta Adriano. 

Entre as medidas apontadas pelo pesquisador para desenvolver um ambiente de apoio, cuidado e de melhores relações interpessoais, está a adoção de um planejamento sistemático, com criação de espaços institucionais de diálogo, diagnóstico adequado de clima escolar e a busca por informações sobre as diversas realidades, percepções e sentimentos que os integrantes da comunidade escolar experienciam. 

Com o objetivo de contribuir para o aprofundamento de diálogos sobre pesquisas, políticas, programas e entendimentos práticos a respeito do clima escolar, a Fundação Carlos Chagas firmou um termo de cooperação científica com o Observatório Internacional para o Clima Escolar e a Prevenção da Violência, sediado na Universidade de Sevilha, Espanha. Entre as iniciativas desta parceria está o Grupo de Interesse Especial “Entendimentos e práticas de mensuração: clima escolar e prevenção da violência”, coordenado por Adriano Moro em conjunto com a pesquisadora Nikolett Arató, da Universidade Eötvös Loránd (Hungria). 

Além dos debates no âmbito do Grupo de Interesse Especial, a Fundação Carlos Chagas atualmente desenvolve pesquisas na área junto a escolas públicas das redes estadual e municipal de São Paulo.

Saiba mais:
Diagnóstico do clima educacional e a relação com o ensino remoto na perspectiva de estudantes e seus pais/responsáveis, docentes e equipe gestora
Parceria com o Itaú Social no projeto temático Educação escolar em tempos de pandemia

Construção e validação de instrumentos de medida para  o  diagnóstico  da  convivência escolar  para a  Rede Municipal  de Ensino  de São  Paulo (RME)
Parceria com UNESP, Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e Unesco

Aprimoramento do clima escolar e desenvolvimento de lideranças escolares democráticas no contexto do Programa de Ensino Integral do Estado de São Paulo
Parceria com a UFSCar e o Observatório Internacional para o Clima Escolar e Prevenção da Violência

1. FILGUEIRAS, A. STULTS-KOLEHMAINEN, M. (2020). O comportamento dos brasileiros durante o isolamento. Rio de Janeiro, UERJ. Disponível em: https:// www.uerj.br/noticia/11028/.

FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (2020). Educação escolar em tempos de pandemia na visão de professoras/es da Educação Básica. Informe no 1. Disponível em: https://www.fcc.org.br/fcc/wp-content/uploads/2020/06/edu- cacao-pandemia-a4_16-06_final.pdf.

INSTITUTO PENÍNSULA (2020). Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios de Coronavírus. Relatório de Pesquisa, maio/20. Disponível em: https://bit.ly/3gwVzJC.