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Pesquisadores da FCC participaram da X Abave. Confira alguns dos destaques da Reunião

 

|25/09/19

Entre os dias 28 e 30 de agosto, a capital paulista sediou a X Reunião da Abave (Associação Brasileira de Avaliação Educacional), que reuniu aproximadamente 480 participantes para debater a “Avaliação Educacional no Brasil: o desafio da qualidade”. Veja aqui a programação completa do evento. Ao longo dos três dias, pesquisadores do Departamento de Pesquisas Educacionais da FCC (Fundação Carlos Chagas) participaram de mesas-redondas, apresentaram trabalhos nas modalidades painel de pesquisa,  comunicação oral e pôster, além de ministrar minicursos.

“Nessa décima edição da Reunião, procuramos propiciar uma discussão da avaliação educacional em suas múltiplas dimensões, incluindo temáticas de avaliação de programas e políticas públicas, avaliação em larga escala, avaliação institucional, etc., além de abarcar experiências avaliativas de diversos níveis de ensino e trazer pesquisadores internacionais para refletir sobre elas”, comenta Adriana Bauer, pesquisadora da FCC e Diretora Acadêmica da Abave.

Desde sua criação em 2003, a Abave se constituiu como um importante fórum de discussão entre pesquisadores e profissionais dedicados ao desenvolvimento de pesquisas e propostas de avaliação educacional e comprometidos com a melhoria da educação em território nacional. Nos diversos encontros já organizados pela Associação, os temas discutidos dialogaram com o princípio constitucional do direito à educação de qualidade.

Em 2019, após 30 anos da promulgação da Constituição, a reunião da Abave buscou atualizar o debate da qualidade na Educação Básica e Superior, tendo como foco as discussões em três eixos: as relações entre currículo e avaliação, a qualidade da educação profissional e os desafios de qualidade postos ao Ensino Superior no Brasil. O canal Futura transmitiu ao vivo três mesas-redondas da Abave, que abordaram a avaliação de habilidades complexas, o desafio da qualidade e da equidade na educação e a avaliação da educação infantil. Assista!

Confira abaixo alguns dos principais destaques da participação de pesquisadores da FCC na Abave em diferentes temáticas.

AVALIAÇÃO, QUALIDADE E EQUIDADE

▪         Mesa-redonda: Os sistemas de monitoramento e de indicadores educacionais: para além do desempenho dos alunos

Coordenada por Alicia Bonamino (PUC-Rio), a mesa contou com a participação de Alejandro Morduchowicz (BID), de Camila Akemi (Geekie) e de Eliana Bhering (FCC e UFRJ). Nessa atividade, a pesquisadora da FCC apresentou projeto, inédito no país, de avaliação da qualidade dos ambientes de educação infantil e de concepção e implantação do sistema de monitoramento da educação infantil da rede municipal de Florianopólis-SC. O estudo envolveu profissionais dos diversos setores da Secretaria Municipal de Educação (SME) e equipes das 94 unidades educativas da rede pública do município.

▪         Mesa-redonda: Diretrizes para a Avaliação e Monitoramento do Aprendizado depois da Implementação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular)

Com mediação de Joaquim José Soares Neto (UnB/Conselho Nacional de Educação – CNE), Bernardete Gatti (Pesquisadora colaboradora da FCC), José Mendonça Filho (Ex-Ministro da Educação), Manuel Palácios da Cunha e Melo (CAEd/UFJF) e Maria Helena Guimarães Castro (CNE) debateram os principais pontos a serem levados em consideração no processo de estruturação das políticas de avaliação a partir da implantação da BNCC nas redes de ensino.

 

▪         Mesa-redonda: Avaliação de competências não cognitivas: reflexões e desafios

Marialva Tavares (FCC) e Telma Pileggi Vinha (Unicamp) apresentaram o processo de construção, testagem e validação de instrumentos de medida para mensurar o clima escolar, na perspectiva de alunos a partir do 7º ano do Ensino Fundamental, seus professores e gestores. Também debateram os riscos e potenciais de uso de instrumentos avaliativos de competências não cognitivas no universo escolar.

 ▪         Comunicação oral: Escala de equidade de gênero por meio da TRI

Raquel da Cunha Valle (FCC) apresentou uma proposta preliminar de escala de equidade de gênero por meio da TRI, construída em parceria com Sandra Unbehaum (FCC), Thais Gava (FCC) e Amélia Artes (FCC). Resultados preliminares, de aplicação realizada em 2016 e 2017 com estudantes do ensino médio, apontam que as meninas tendem a apresentar maior equidade de gênero do que os meninos, mas que, independentemente do sexo, níveis mais altos de equidade são alcançados apenas por uma pequena parcela dos jovens, confirmando a necessidade da inserção dessa questão na agenda política e pedagógica das escolas.

▪         Comunicação oral: Monitoramento da educação integral no Brasil: uma proposta a partir de múltiplas dimensões de qualidade

Adriana Bauer (FCC) apresentou proposta de critérios e indicadores, desenvolvida em parceria com Rafael Palhares (SME-SP) e Emanuel Pinheiro Jr. (SME-SP), para subsidiar o monitoramento do Programa São Paulo Integral, iniciativa incentivada pela SME de São Paulo durante o ano de 2018.

▪         Roda de conversa: O desafio da qualidade: construção de uma agenda para o aprimoramento de avaliações em larga escala e avaliações de programas no Brasil

Adriana Bauer (FCC e FE/USP) e Adriano Borgatto (UFSC) debateram com os congressistas o desenvolvimento de diferentes tipos de avaliação na área da educação, principalmente desde o final do século XX. Para além da expansão e consolidação das avaliações em larga escala de rendimento dos estudantes, como o Saeb e a Prova Brasil, por exemplo, discutiu-se a demanda, cada vez maior, por avaliações voltadas aos programas da área da educação.

AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

▪         Mesa-redonda: Avaliação da qualidade na educação infantil: possibilidades e desafios para o futuro

Com a mediação de Beatriz de Oliveira Abuchaim (FMCSV), os congressistas Perry Campbell (ACECQA), Daniel Domingues dos Santos (FEA-RP/USP) e Maria Malta Campos (Pesquisadora Colaboradora da FCC) debateram iniciativas nacionais e internacionais para a avaliação da educação infantil, entendendo que resultados de processos avaliativos são importantes gatilhos para a qualificação e melhoria das ações tanto no nível das secretarias municipais de educação, quanto na gestão das unidades educativas.

▪         Comunicação oral: Avaliações da educação infantil em municípios paulistas: caracterização

A pesquisadora Cláudia Oliveira Pimenta (FCC) apresentou resultados de pesquisa de doutorado que analisa iniciativas de avaliação da educação infantil implementadas por 42 municípios paulistas. Os resultados apontam a preponderância de desenhos avaliativos com foco no desenvolvimento e/ou aprendizagem das crianças. Entretanto, foram identificadas proposições que abrangem outras dimensões e que adotam processos de autoavaliação institucional. Concluiu-se, com base em indicativos do arcabouço legal e da produção acadêmica que trata da Educação Infantil brasileira, que estas iniciativas são as que parecem caminhar na direção da garantia dos direitos das crianças.

▪         Minicurso: Avaliação da qualidade da educação infantil no Brasil: concepções teórico-metodológicas e desafio para políticas educacionais

As pesquisadoras Maria Luiza Rodrigues Flores (UFRGS); Sandra Zákia Sousa (FE/USP) e Cláudia Oliveira Pimenta (FCC) abordaram como a temática entrou na agenda do país há alguns anos e como iniciativas de diferentes setores atores têm se inserido nesse debate. O objetivo do minicurso foi o de apresentar aportes teóricos-metodológicos para reflexão e delineamento de avaliação de políticas educacionais voltadas para a Educação Infantil.

▪         Seção de Pôsteres: A avaliação dos relatórios semestrais de crianças elaborados por professores de pré-escola da rede municipal de São Paulo

Eliana Bhering (FCC e UFRJ), Cristiano Alcântara (SME-SP), Blenda Luize Chor Rodrigues (FCC) e Fernanda Diz Almeida da Silva (SME-SP) apresentaram resultados preliminares do estudo realizado em 59 unidades públicas de educação infantil, selecionadas aleatoriamente de todas as 13 DRE (Diretorias Regionais de Educação) de SP, sobre os conteúdos e o formato dos relatórios semestrais de crianças de 4 e 5 anos, elaborados pelas/os professoras/res. Ao final do projeto, os pesquisadores pretendem apresentar os resultados para a própria rede municipal e a seguir elaborar, juntamente com os profissionais da DIEI (Divisão da Educação Infantil da SME/SP), recomendações sobre como observar, acompanhar e registrar os avanços das aprendizagens das crianças, gerando assim informações importantes tanto para professoras/res, crianças e suas famílias quanto para a gestão da EI. 

FORMAÇÃO DOCENTE

▪         Painel: Avaliações da/na formação continuada de professores no Brasil: discutindo alternativas a partir de projetos de pesquisa

Sob a coordenação de Lina Kátia Mesquita de Oliveira (CAEd/UFJF), os pesquisadores da FCC Gabriela Moriconi, Nelson Gimenes e Vandré Gomes da Silva comentaram investigações recentes realizadas acerca da formação de professores. Segundo os especialistas, é crescente o número de ações de formação continuada para professores. No entanto, raramente essas formações contam com avaliações como suas aliadas – seja para diagnóstico ou para verificar a eficácia, por exemplo.

ÉTICA NA AVALIAÇÃO

▪         Mesa-redonda: Ética na avaliação educacional

Sob a coordenação de Adriana Bauer (FCC e FE/USP), os especialistas Iara Coelho Zito Guerriero (SMS-SP e FMABC), Paulo Jannuzzi (ENCE/IBGE e Facesg) e Tufi Machado Soares (UFJF) debateram a necessidade de diretrizes éticas para as diferentes dimensões da avaliação educacional no Brasil e de compreender os desafios inerentes à concretização dessa tarefa. No Brasil, a discussão sobre aspectos éticos na pesquisa é recente, com a primeira resolução sobre normas éticas aplicáveis a pesquisas de Ciências Humanas e Sociais datando de 2016, não tratando dessa questão em relação à avaliação educacional. Os debates apontaram a necessidade de se pensar em formas de garantir procedimentos éticos em todas as etapas da avaliação educacional.