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Invenções robóticas para o tratamento de Parkinson são tema de tese em Ensino premiada pela Fundação Carlos Chagas

Pesquisa na formação em Matemática abordou a criação de dispositivos científico-robóticos no auxílio de pacientes com a doença

03/05/24 | Por Jade Castilho, assessoria de comunicação da Fundação Carlos Chagas, comunicacao@fcc.org.br

Composição de fundo verde, azul e creme, com uma linha ondulada vermelha. Sobre o fundo, há o texto: Prêmio Capes de Tese 2023. Processo formativo em Matemática: invenções robóticas para o Parkinson. Greiton Toledo de Azevedo - Menção honrosa em Ensino. A logo da Fundação Carlos Chagas aparece em uma barra inferior branca.

Compreender a formação em Matemática pode ir além de números e fórmulas. Neste sentido, Greiton Azevedo, no Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Estadual Paulista (Unesp), desenvolveu a tese Processo formativo em Matemática: invenções robóticas para o Parkinson, reconhecida com menção honrosa em Ensino pelo Prêmio Capes de Tese 2023

A pesquisa teve como objetivo entender o processo formativo de estudantes cientistas a partir da elaboração de jogos digitais e dispositivos robóticos destinados ao tratamento de sintomas da doença de Parkinson, uma doença neurológica que afeta os movimentos.

As atividades foram feitas com alunos do Ensino Médio no Instituto Federal Goiano (IF-Goiano) e no Hospital Dia do Idoso, em Anápolis (GO), nos anos de 2018 e 2019, com registros em vídeos, fotografias, diários de campo e entrevistas. 

Em relação aos resultados encontrados com o estudo, quatro dimensões foram mapeadas e descritas pelo pesquisador: a formação científica dos estudantes, as invenções científico-robóticas, o uso de materiais sustentáveis e recicláveis para fabricar essas inovações e os próprios benefícios revelados no tratamento da doença de Parkinson, especialmente nos aspectos motores e sociais dos pacientes. 

“Os resultados obtidos refletem não apenas avanços científicos e tecnológicos, mas também um compromisso com a formação de estudantes qualificados, a responsabilidade ambiental e o bem-estar dos pacientes. Esses resultados representam uma contribuição significativa para a ciência e para a sociedade como um todo”, afirma Greiton. 

Na interação entre educadores e educandos, os estudantes criaram mais de 70 de jogos com dispositivos robóticos. Com rodas de bicicleta, pallets, parafusos e pequenas placas eletrônicas, os estudantes puderam aplicar, de forma prática, conceitos da álgebra, trigonometria, geometria, algoritmo e lógica matemática e computacional, fundamentais, por exemplo, para sincronizar movimentos estratégicos para as sessões de fisioterapia dos pacientes com Parkinson.

“Eles acreditaram nesse trabalho e, por meio dele, contribuíram na transformação de vidas, utilizando a Matemática e a Computação como ferramentas de impacto social. É uma pesquisa com um olhar atento e humano: a Matemática a serviço da vida”, complementa. 

A paixão pela lógica 

Com apenas quatro anos de idade, ainda no jardim de infância, Greiton já possuía interesse pelos números, pela lógica e pelas inovações criativas, que incentivaram invenções como foguetes de sucata. Com o tempo, o entusiasmo pelas descobertas matemáticas persistiu, acompanhado do seu ingresso na universidade, na pesquisa acadêmica e na docência.

“Não podemos mais conceber a sala de aula apenas como um local para reproduzir conhecimentos de forma aligeirada. A formação do Ensino Médio precisa ser científica, incentivando a construção do conhecimento e a geração de ideias criativas que causem impactos tecnológicos e sociais”, reforça o pesquisador. 

O tambor da pesquisa 

Com relação ao reconhecimento da premiação, o pesquisador retoma o trabalho coletivo de formação de estudantes capazes de desenvolver inovações tecnológicas e a participação de todos os pacientes, profissionais e cientistas jovens do Projeto Mattics.

“Aquele que toca o tambor não sabe até onde o seu som irá ecoar, mas ele irá ecoar. Nós, que somos professores e pesquisadores, tocamos a todo tempo este tambor nos mais peculiares contextos. O som não é neutro e pode servir para mudanças intelectualmente substanciais no sistema educacional brasileiro e inspirar tantos outros”, completa.

Com a pesquisa, Greiton foi finalista ao Global Teacher Prize em 2021, considerado o Nobel da Educação. Além disso, foi vencedor de dois prêmios no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), promovidos pelos Ministério da Economia e da Educação, e também reconhecido em outra premiação do MIT Creative Learning, promovida pelo Massachusetts Institute of Technology, dos Estados Unidos. 

Saiba mais
Prêmio CAPES de Tese
Instituído em 2005, o Prêmio Capes de Teses é concedido anualmente às melhores teses de doutorado defendidas e aprovadas nos cursos de pós-graduação reconhecidos pelo MEC, selecionadas em cada uma das áreas do conhecimento da Capes, considerando os quesitos originalidade e qualidade. Informações e inscrições no site da Capes.

Processo formativo em Matemática: invenções robóticas para o Parkinson
Autor da tese: Greiton Toledo de Azevedo
Instituição: Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática/Universidade Estadual Paulista – campus Rio Claro (Unesp-RC).
Orientador: Marcus Vinicius Maltempi

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