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Departamento de Pesquisas Educacionais da FCC mantém tradição, rigor no conhecimento e diálogos interdisciplinares

DPE é constituído por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento e tem rico histórico de contribuições no campo da educação no Brasil

29/04/24 | Por Alessandra Leite e Luanne Caires, comunicacao@fcc.org.br

Composição de fundo cinza com uma linha curva de cor vinho que circunda a peça. No centro, há o texto “Departamento de Pesquisas Educacionais: conhecimento, tradição e interdisciplinaridade”. O logo da Fundação Carlos Chagas e seus perfis nas redes sociais aparecem em uma barra de cor branca na parte inferior da imagem.

Criado com o objetivo de realizar pesquisas e estudos científicos na área de educação, sob uma perspectiva crítica de teorias e metodologias, o Departamento de Pesquisas Educacionais (DPE) da Fundação Carlos Chagas alia a produção do conhecimento a uma sólida contribuição para a implementação de políticas públicas, subsidiando novos estudos, programas e ações com foco no reconhecimento da educação como direito fundamental para todas as pessoas.

Para a coordenadora de Pesquisas Educacionais da FCC, Sandra Unbehaum, o fato de o DPE ser constituído, desde sua criação, por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, como pedagogia, sociologia, psicologia, história e estatística, é uma característica que favorece uma metodologia multi e interdisciplinar no desenvolvimento dos projetos.

“Outro ponto importante a ser enfatizado é a tradição do DPE em compor equipes de projetos com pesquisadores experientes e iniciantes, estimulando uma formação em pesquisa a partir da prática, colocando a ‘mão na massa’. A maioria dos atuais pesquisadores foi bolsista do DPE, iniciando como auxiliar ou assistente”, ressalta Sandra.

Criada em 1971, a área de pesquisa iniciou suas atividades com estudos relacionados a vestibulares, refletindo os fatores que motivaram a criação da própria Fundação Carlos Chagas, que surgiu como Centro de Seleção de Candidatos às Escolas Médicas e Biológicas (CESCEM)

“Esse percurso consolidou uma metodologia de trabalho preocupada em entender os processos de avaliação e as condições da população brasileira para ascender ao ensino superior, por exemplo. Este tipo de preocupação abriu espaço para estudos voltados à educação infantil, alfabetização, sinalizando desde então um forte interesse pelos processos de escolarização, mas também sobre outros fatores intervenientes nos resultados, como o sexo, as condições sociais e econômicas, a articulação da educação com as famílias, a relação com a inserção no mercado de trabalho”, pontuou a coordenadora.

Hoje, o DPE desenvolve pesquisas articuladas em cinco eixos: 1) avaliação educacional; 2) educação infantil; 3) gênero, raça/etnia; 4) políticas e práticas da educação básica e formação de professores, e 5) representações sociais, subjetividade e educação. Entre exemplos recentes que contribuem com temas atuais nas diferentes áreas estão projetos sobre formação continuada de professores na prática, clima escolar, avaliação da educação infantil, meta-avaliação da Prova São Paulo, análise da estruturação e implementação do Nosso Ensino Médio, avaliação de cursos de formação de professores da educação básica and efeitos da pandemia de covid-19 na educação

Mas a relevância na pesquisa educacional contemporânea reflete um histórico de pioneirismo em diversos setores da educação no Brasil. Sandra destaca que, desde o final dos anos 1970 e da década de 1980, foram realizadas pesquisas voltadas à formação de professores e à melhoria da qualidade da educação, sobretudo no Ensino Fundamental. Os estudos envolveram redes de ensino de diversos estados do país por vários anos consecutivos e uniram pesquisa e ação, como no caso do Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Primeira Série do 1º Grau – Pensamento e Linguagem (PEN-LI), voltado especialmente para as causas do fracasso escolar já no início da trajetória.

“Foram programas de avaliação de política pública como o Edurural. Ou ainda estudos sobre influências de características do aluno na avaliação do seu desempenho, como o sexo, indicando já naquele tempo a sensibilidade do Departamento para observar as desigualdades de gênero, como no Programa de Dotação para Pesquisa sobre Mulher e Relações de Gênero (1978 a 1998), com apoio da Fundação Ford”, complementa Sandra, que também é integrante do grupo Gênero, Raça/Etnia: Educação, Trabalho e Direitos Humanos na instituição.

O DPE foi pioneiro, ainda, em projetos focalizados nas desigualdades de raça, tendo como marcos o Programa Bolsa (IFP – International Fellowship Program, 2001 a 2012), o Programa de Dotações para Implementação de Mestrado em Direitos Humanos no Brasil (2003 a 2008), o Programa de Dotação Pré-Acadêmica – Equidade (2010 a 2015) e o Edital de Pesquisa Negras e Negros nas Ciências (2016), todos com apoio da Fundação Ford, além do Edital de Pesquisa Os Anos Finais do Ensino Fundamental: Adolescências, Qualidade e Equidade na Escola Pública (2018 a 2023), fomentado pelo Itaú Social.

As pesquisas do DPE estão sempre em consonância com problemas que afetam a realidade da educação brasileira, entre eles a avaliação educacional, a formação docente e sua profissionalização, bem como as práticas docentes e volume de trabalho. “Esses são aspectos centrais tanto para a qualidade da educação como para os resultados na aprendizagem, para a qualidade da educação infantil ofertada e os desafios de sua avaliação, para os efeitos do clima escolar. Os marcadores de gênero e raça na escolarização seguem afetando desigualmente a aprendizagem, a trajetória de estudantes e impactando na evasão e no abandono escolar, além da inserção em determinadas áreas de conhecimento e carreiras profissionais”, pontua a coordenadora.

Saiba mais:
Departamento de Pesquisas Educacionais
O DPE  se dedica a programas de investigação sobre temas direta ou indiretamente relacionados à educação, envolvendo avaliação, seleção de pessoas, políticas públicas, formação e trabalho docente, direitos sociais e relações etárias, de gênero e raciais.

Fundação Carlos Chagas
A Fundação Carlos Chagas (FCC) é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecida como de utilidade pública em função dos relevantes serviços prestados nas áreas de processos seletivos e de pesquisas educacionais. Acumula uma experiência de 60 anos dedicados à realização de concursos e processos seletivos públicos, vestibulares, avaliações de sistema e pesquisas no campo educacional, a partir do desenvolvimento de diversos aportes teóricos e metodológicos, que asseguram resultados confiáveis e de alta qualidade no atendimento às demandas de parceiros nacionais e internacionais.

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