|16/03/23

Diretora-Vice-Presidente Operacional da Fundação Carlos Chagas compôs júri da Premiação. 

Por Graciele Almeida de Oliveira

O estudo Desenvolvimento de uma vacina Tetravalente para Dengue apresentado pela coordenadora do projeto Profa. Dra. Neuza Frazatti Gallina e a pesquisadora Claudia Botelho (Instituto Butantan) venceu a 21^a Edição do Prêmio Péter Murányi que neste ano teve como foco pesquisas em saúde. 

O estudo sobre a vacina conhecida como Butantan-DV está em fase de teste clínico, um dos maiores realizados no país. Concorreram como finalistas também dois outros projetos desenvolvidos por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ambos sobre vacinas. 

A votação aconteceu no dia dois de março e contou com a participação no júri da Diretora-Vice-Presidente Operacional e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, Lúcia Villas Bôas. O júri foi composto por representantes de instituições nacionais e internacionais ligadas à área de Saúde, integrantes de Universidades federais, estaduais e privadas, personalidades e membros da sociedade, além dos representantes das entidades apoiadoras. 

Frazatti Gallina cita a importância da premiação para projetos que impactam a qualidade de vida das pesquisas e complementa: “a vacina é um produto que evidencia, sobretudo, a capacidade dos cientistas brasileiros.” 

A capacidade das mulheres cientistas fica evidente na composição das equipes de pesquisa dos projetos finalistas do Prêmio. Para Villas Bôas, “Embora tenhamos visto avanços nos últimos anos, a participação feminina nas ciências ainda é desproporcional devido a uma série de fatores como os preconceitos de gênero, estereótipos e falta de oportunidades. Superar essa sub-representação é um compromisso de toda a sociedade, por isso a conquista do primeiro lugar por uma equipe coordenada por uma cientista na premiação promovida pela Fundação Péter Murányi é tão relevante”. 

A Fundação Carlos Chagas ao longo dos anos tem sido protagonista em pesquisas e projetos na área de educação que incluem os relacionados à inclusão de mulheres e meninas no mercado de trabalho. Um exemplo é a 2^a Chamada Garotas STEM, uma iniciativa do British Council em parceria com a Fundação Carlos Chagas que teve como objetivo apoiar o desenvolvimento científico e tecnológico incentivando o interesse, a participação e a formação de garotas para carreiras em áreas científicas e tecnológicas, em que mulheres ainda se encontram sub-representadas. 

Os 30 projetos selecionados receberam apoio por meio de recursos financeiros e treinamento em ensino de ciências e sua interlocução com as discussões de gênero e raça.

Saiba mais

Prêmio Péter Murányi  2023 – Saúde 

1º colocado – vencedor
Título: Desenvolvimento de uma vacina tetravalente para dengue.
Instituição Indicadora: Fundação Butantan.
Autores: Neuza Maria Frazatti Gallina, Claudia Regina Menezes Botelho, Everton Magno de Sousa, Vanessa Harumi Takinami, Francisco Liauw Woe Fang, Flavio Mannaro Medeiros, Alyne Vieira Barros Cutovoi, Gustavo Gonçalves Perrotti, Vivian Massayo Kaziyama Suetugui.

2º colocado
Título: Vigilância digital como ferramenta inovadora para o enfrentamento
da atual e futura pandemias: da avaliação de eficácia vacinal à previsão de novas emergências.
Instituição Indicadora: FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz (Reitoria)
Autores: Manoel Barral Netto, Luiz Landau, Vinícius de Araújo Oliveira, Izabel O. Marcílio de Souza, Pablo Ivan P. Ramos, Viviane Sampaio B. de Oliveira e Thiago Cerqueira-Silva.

3º colocado
Título: Soberania tecnológica no desenvolvimento de vacinas humanas no Brasil. Instituição Indicadora: FIOCRUZ – Instituto René Rachou e UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais.
Autores: Ricardo Tostes Gazzinelli, Ana Paula Salles Moura Fernandes, Flávia Bagno Fonseca, Flavio Guimarães da Fonseca, Graziella Gomes Rivelli, Helton Santiago, Júlia Teixeira de Castro, Natalia Salazar, Natalia Satchiko HomoSouza e Santuza Maria R. Teixeira.

2ª Chamada do Programa Garotas STEM: Formando futuras cientistas

Parceria entre Fundação Carlos Chagas British Council e CNPq oferece apoio a projetos desenvolvidos em instituições brasileiras que promovam a inclusão de garotas em áreas científicas e tecnológicas.

Conheça os projetos selecionados na segunda edição

De medicina cabocla no Amazonas à programação de sistema de irrigação solar na Bahia, 30 projetos em 11 estados brasileiros e no Distrito Federal fazem a diferença na inclusão de gênero.