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Pesquisa analisa aspectos que influenciam a grande variação na média de alunos por professor no Brasil

 

Cartaz com os dizeres: Volume de trabalho de professores das redes estaduais e municipais do Brasil. Relatório de política educacional. A imagem tem fundo branco e texto em azul. As logomarcas do Itaú Social, da Fundação Carlos Chagas e do D3e aparecem na barra inferior.

|17/04/23

Relatório apresentado por Fundação Carlos Chagas, D3e e Itaú Social evidencia fatores que ajudam a entender a desigualdade no volume de trabalho docente a partir de estudos de caso de redes municipais e estaduais

Por Luanne Caires

A média de alunos por professor dos anos finais do ensino fundamental, no Brasil, varia de 11 a 525 estudantes, conforme a rede de ensino. A quantidade de professores dessa etapa que têm mais de 400 alunos nas redes estaduais ultrapassa 20%. Os dados são do censo escolar 2020 e revelam a grande heterogeneidade no volume de trabalho docente no país. Investigar essa desigualdade é o objetivo principal do relatório de política educacional Volume de trabalho dos professores dos anos finais do ensino fundamental: Estudos de caso em redes estaduais e municipais brasileiras, apresentado pela Fundação Carlos Chagas (FCC), a associação Dados para um Debate Democrático em Educação (D³e) e o Itaú Social.

A pesquisa se baseia em dez estudos de caso em redes estaduais e municipais de educação para compreender os fatores que contribuem para que os professores dos anos finais do ensino fundamental tenham um volume de trabalho maior ou menor. Esse volume é representado pelo número total de alunos de cada professor — composto pelo número e pelo tamanho das turmas com que cada docente atua. 

Assinado por Gabriela Miranda Moriconi, Nelson Antonio Simão Gimenes, Cláudia Oliveira Pimenta, Andressa Buss Rocha, João Batista Silva dos Santos, Luciana França Leme e Thiago Alves, o relatório revela que não há um fator principal capaz de explicar a média de alunos por professor em uma rede, mas identifica e analisa combinações de fatores que atuam sobre o número de turmas, o número de alunos por turma ou sobre ambos os aspectos simultaneamente, contribuindo para que os professores de uma rede tenham maior ou menor média de alunos. Esses fatores incluem, entre outros, a carga horária de trabalho, a duração das aulas, o tempo para atividades extraclasse, a carga horária dos diferentes componentes curriculares, as características do território e a atuação da sociedade civil. 

A pesquisa traz ainda recomendações que podem ser incorporadas a políticas públicas e às normativas das secretarias de educação para garantir um volume de trabalho docente adequado. Hoje, o número total de alunos por professor não é foco de nenhuma política específica. “No entanto, algumas redes já atuaram sobre determinadas condições de trabalho, como limitar o tamanho da jornada e garantir um terço dela para atividades extraclasse”, explica Gabriela Moriconi.

O estudo dá continuidade ao material Volume de trabalho dos professores dos anos finais do Ensino Fundamental – Uma análise comparativa entre Brasil, Estados Unidos, França e Japão, lançado em 2021 pela Fundação Carlos Chagas e pelo D3e. 

Saiba mais
Volume de trabalho dos professores dos anos finais do ensino fundamental – Estudos de caso em redes estaduais e municipais brasileiras
Relatório publicado pela Fundação Carlos Chagas, pelo D3e  e pelo Itaú Social apresenta análise de fatores que influenciam o número total de alunos dos professores em redes de ensino municipais e estaduais.
DOI: 10.18222/fcc-d3e-2

Volume de trabalho dos professores dos anos finais do Ensino Fundamental: Uma análise comparativa entre Brasil, Estados Unidos, França e Japão
Relatório publicado pela Fundação Carlos Chagas e pelo D3e apresenta análise das condições de trabalho docente em quatro países e traz evidências de que, no Brasil, o volume de trabalho dos professores é comparativamente maior e com importantes diferenças na forma de contratação e nas atribuições.
DOI: 10.18222/fcc-d3e_1